top of page

Luz contínua para Anderson Vasconcelos

A quarta entrevista é com Anderson Vasconcelos; um cantor, ator, diretor musical, professor e um incansável artista gaúcho. O Anderson foi meu colega enquanto estive no elenco do show Cara de Mau em Porto Alegre, trabalhamos juntos por um bom tempo e desde lá mantemos uma grande amizade. Quem é o Anderson Vasconcelos? De onde é?


Sou Anderson Vasconcelos, artista multifacetado, natural de Sapucaia do Sul, e atualmente morando em Canela, na Serra Gaúcha. Tenho 29 anos e sou cantor barítono, ator, diretor musical, professor de canto, multi-instrumentista e sim, tudo isso num corpo só, com muita entrega, técnica e paixão envolvida!


Minha carreira começou no universo do canto lírico, mas logo se expandiu pra muitos caminhos: da ópera ao teatro musical, de flashmobs nos parques de Canela até espetáculos em palcos como os da OSPA, passando por montagens marcantes como O Engenheiro, Hamilton Tributo, e experiências imersivas como o Chocobus e o pocket show El Pirata, com músicas autorais que eu mesmo produzi.


Anderson Vasconcelos foto: Tom Peres

Além dos palcos, atuo como professor de canto, preparador vocal e diretor musical, já tendo trabalhado em escolas, oficinas e projetos sociais como o coral do Centro Medianeira, que chegou até a Globo no especial do Criança Esperança. Hoje, sigo ativo em espetáculos como o musical da pizzaria temática Cara de Mau e no Terra Mágica Florybal, além de desenvolver minhas próprias criações autorais.


No fundo, sou um artista que ama misturar técnica com emoção, palco com verdade, e música com identidade. Se for pra fazer arte, que seja com brilho no olho e um toque de gaita, né?!



Por ser um artista múltiplo, como você faz para escolher um caminho, seja ele na música, na atuação e etc? Qual dos caminhos está mais ativo hoje?


Na verdade, eu não vejo isso como uma escolha entre caminhos, e sim como um ecossistema criativo onde tudo se comunica. A música, o teatro, o ensino, a direção musical e a composição fazem parte da mesma árvore, cada galho tem sua função, e eu me movimento conforme o que pulsa mais forte em mim naquele momento.


Eu escuto o que cada projeto pede e também o que meu corpo e minha voz estão dizendo. Às vezes estou mais voltado pra cena, como ator e cantor em espetáculos imersivos. Em outros períodos, mergulho na direção musical e no preparo de outros artistas que é algo que me realiza profundamente. Hoje, o que mais está em destaque é esse equilíbrio entre o palco e os bastidores: estou em cartaz no musical Cara de Mau, sigo como cantor e performer em parques como o Terra Mágica Florybal, e também desenvolvendo meus próprios musicais e trilhas originais. Sou múltiplo, mas também sou centrado, meu foco é criar arte que toque, transforme e una. E se isso vier com gaita, voz de barítono ou um bom refrão pop… melhor ainda!



Anderson Vasconcelos foto: Tom Peres

Como é viver o movimento artístico da serra?

Viver o movimento artístico da Serra é estar no meio de um cenário tão bonito quanto desafiador. A região é conhecida pelo turismo e, por isso, muitas produções são voltadas ao entretenimento, com foco comercial. Mas isso não é algo ruim, pelo contrário, abriu portas pra muita gente boa mostrar seu talento em palcos diferentes, como parques temáticos, restaurantes e eventos sazonais. Eu mesmo atuo nestas experiência imersiva.


Mas o que mais me emociona é ver os artistas locais resistindo e criando com profundidade, como nas montagens da Cia Lisiane Berti e nos eventos que valorizam a cultura regional, como o Sabores de Canela. Existe, sim, um circuito independente, feito de amor à arte, onde se criam espetáculos autorais, flashmobs com propósito e ações educativas e eu tenho orgulho de estar no meio disso.


Na Serra, a arte pode tanto entreter quanto transformar. E eu acredito que o futuro está nessa mistura: unir a força do turismo com a sensibilidade da criação local. É nesse encontro que mora o verdadeiro movimento artístico.


Quais são as maiores referências artísticas?

Minhas referências vêm da minha própria história. Eu comecei no canto lírico, então nomes como Maria Callas e Luciano Pavarotti marcaram minha base vocal e minha paixão por interpretar com emoção. No Brasil, fui profundamente tocado por mestres com quem tive contato direto, como Lúcia Passos, que me guiou na técnica vocal, e o maestro Cláudio Ribeiro, com quem mergulhei mais fundo no universo operístico. Mas minha formação sempre foi plural. Atuei em coros como a OSPA e o Sacraharmonia, participei de óperas, musicais, montagens independentes e também entrei no mundo da performance pop, então não tem como deixar de citar artistas como Glória Groove e Lady Gaga, que me inspiram pela autenticidade e pela capacidade de unir espetáculo com verdade.


Também carrego a força interpretativa de Elis Regina, que me lembra que cantar é sentir até a última célula. E no teatro musical, sou movido por criadores como Lin-Manuel Miranda, que transformam palco em discurso, ritmo em mensagem. Cada artista que admiro me ensinou algo e o que faço hoje é justamente costurar essas influências com a minha própria voz, minha vivência e minha entrega.


Anderson Vasconcelos foto: Tom Peres

Como você vê o cenário artístico na serra para os próximos anos?

Vejo um terreno fértil, mas que precisa de irrigação constante. O turismo ainda dita muito as regras, mas vejo cada vez mais artistas autorais ganhando espaço e público. Se os gestores culturais e as instituições se abrirem mais para a diversidade e a formação de plateias, a Serra pode se tornar um polo criativo, não só de consumo, mas de produção artística autêntica. Eu acredito nesse futuro e quero ser parte dele.


Qual o primeiro seguimento artístico que você iniciou e quais os campos que você desempenha hoje? Me conta, como é conciliar eles?

Comecei cantando em corais e estudando canto erudito, meu primeiro amor foi a música clássica. Hoje, atuo como cantor (ópera, pop, musical), ator, diretor musical, professor de canto, acordeonista, pianista e produtor musical. Conciliar tudo exige organização, mas mais do que isso, exige escuta interna. Eu aprendi a respeitar o tempo de cada arte. E quando elas se encontram, é mágico.



Anderson Vasconcelos foto: Tom Peres

Fizemos um ensaio fotográfico artístico, com muitas variações de climas. Como você pensa a sua imagem como artista?

Eu penso minha imagem como um espelho daquilo que carrego por dentro: intensidade, teatralidade, verdade. Cada clique é uma camada da minha identidade artística forte, ora sensível, ora lúdico, ora denso. Gosto de brincar com os contrastes, com a luz e sombra que todo artista tem. Me vestir de arte é também me despir diante dela.


Onde podemos encontrar o Anderson Vasconcelos?

Hoje tu me encontra nos palcos de Canela e Gramado, nos espetáculos do Cara de Mau e do parque Florybal. Me encontra também nas redes, no @A.Vsong, onde compartilho bastidores, trechos de shows e pensamentos sobre arte. E me encontra, claro, nos projetos que estou criando: flashmobs, musicais autorais e oficinas que unem música, performance e formação. Insta: @A.vsong E-mail: anderson.vasconcelos.machado@gmail.com



Anderson Vasconcelos foto: Tom Peres

Qual o próximo passo na sua carreira?

O próximo passo é mergulhar mais fundo na criação autoral. Quero lançar minhas composições, produzir um espetáculo musical que conte histórias reais com emoção e identidade. Também planejo expandir meu trabalho como preparador vocal e diretor musical, ajudando outras vozes a encontrarem sua potência. E quem sabe, em breve, levar minha arte pra outros estados ou até fora do país.


Se você pudesse cantar uma última música antes de morrer, qual seria?

Difícil essa… mas acho que seria “Como nossos pais”, da Elis. Porque fala da gente, da luta, da identidade, da resistência. Uma música que carrega o peso e a beleza de viver com verdade, que é como eu tento cantar todos os dias como se fosse a última vez.


Quer ver + cliques do ensaio do Anderson? Clica aqui

 
 
 

Comentarios


bottom of page