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Foto do escritorTom Peres

Quantas faixas são necessárias?

MEU CORPO É TEMPLO


Meu corpo é templo

Não é qualquer um que entra

Ta exposto, ta amostra, mas não toca,

Nem tenta

Sou livre, mas não te dou liberdade

Pra tocar aqui, só tendo muita intimidade

De frágil só a minha paciência

Não tenho tempos nem ouvidos

Para essa gente besta.

Não ta no corpo

Está na alma

Se um olhar é profundo

As vezes ele é o que mais fala

Seja um olhar bom ou um olhar ruim

Meu instinto sabe eu sinto daqui

É vibração, é energia um corre -corre

Todos os dias

Alguns se perdem outros se passam

É só ver uma mulher na rua

Que eles ficam todos ouriçados

Queria se por um surto

Eles fossem os estuprados

Eu não desejo isso a ninguém

Mas eu acho injusto as mulheres

 Serem reféns

Reféns, refeições, rejeitadas

toda mulher passa por um desses

hoje não passarão

daqui pra frente

eu grito NÃO!

Do meu corpo eu tenho noção,

que pra macho escroto, machista

racista, fascista, transfóbico

não mais passarão!


PRETA MINA

 

Este post é para trazer a público o meu primeiro ensaio autoral, que propõe uma discussão sobre o quanto as mulheres são desrespeitadas, menosprezadas, agredidas mesmo dizendo não, mesmo usando milhões de faixas de NÃO ULTRAPASSE.


atriz Fernanda Roggia envolvida em faixas de "não ultrapasse". Elas estão rasgadas e uma delas passa sobre os olhos da atriz.
Foto: Tom Peres. Atriz convidada: Fernanda Roggia

Neste ensaio proponho o "exagero", que em um mundo tão absurdo no qual vivemos, por vezes, é o considerado normal.


Foto: Tom Peres. Atriz convidada: Fernanda Roggia

Essa é a primeira de três partes na qual dividirei o ensaio. Abaixo o álbum com as fotos.



 


Ficha técnica:


Fotos e proposição: Tom Peres

Modelo/atriz: Fernanda Roggia

Maquiagem: Juliane Senna

Colaboração artística: Juliane Senna, Qex Bitencourt e Fernanda Roggia

Apoio: Eder Ramos





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